2013-02-26

Beira-Tejo, Outubro/2012


No Parque das Nações, à beira-Tejo, entre a estátua da Catarina de Bragança e a ponte Vasco da Gama, num fim de tarde de Outubro, em que as nuvens davam um ar da sua graça, ajudando a composição com Palmela lá ao fundo e uns choupos a marcar o fim da foto do lado direito





enquanto na seguinte, tirada quase no mesmo sítio,  é o lado esquerdo que marca o fim, com umas plumas (infestantes da Argentina, segundo me disseram num comentário) a desenhar um pequeno arco contra o céu




2013-02-22

Quotidiano no Cairo



Tenho uma pasta chamada “ainda_nao” com imagens para publicar no blogue, à espera de um encadeado de associações de ideias que torne a sua exibição oportuna. Às vezes ficam lá uma data de tempo à espera e foi o caso desta, que me fartei de ver nessa pasta. Como me cansei de esperar por um pretexto para a mostrar, sai mesmo assim

Em Abril de 2006 fui numa excursão ao Egipto e no fim fiquei mais um ou dois dias na cidade do Cairo, para ver o ambiente com calma.

No meio das deambulações, numa zona central da cidade, fotografei esta mulher com uma criança “às cavalitas”, numa variante que me pareceu melhor do que a técnica mais habitual em Portugal, em que a criança fica com cada perna em cima de cada ombro.





Nesta variante a criança não tem que ter as pernas tão abertas, parecendo-me que fica numa situação mais confortável do que no nosso caso. Por outro lado, quem leva a criança fica com uma mão livre, sem perda de segurança para a criança, que é segura pela perna que fica em frente do peito. Este não foi um caso único, a maior parte das crianças, quando ia às cavalitas, era desta forma, agarrando-se com naturalidade à cabeça de quem as levava.


Mas a foto mostra mais uma data de coisas para quem tenha vagar para olhar por elas. Das mais óbvias é a presença da electrónica japonesa, com destaque para a marca TOSHIBA, tão conhecida também em Portugal. É curioso que neste país árabe, com uma presença importante da escrita com caracteres árabes, a entrada da Toshiba se faça com o apoio dos caracteres latinos em vez de passar directamente dos caracteres japoneses para os árabes.

É curiosa também a diversidade dos trajes dos homens em que a túnica clássica azul clara do egípcio sentado coexiste com o homem de casaco e colarinho aberto e outro mesmo de fato e gravata. O rapazinho sentado no chão é quem me observa e tem umas sandálias que parecem boas para fazer corridas.

Embora os prédios tenham muitas vezes esta “cor de burro quando foge” uma das lojas (parede por trás do miúdo) tem acabamento em pedra mármore, podia acontecer em Portugal.

Nota-se também a presença de lâmpadas economizadoras, um sinal da globalização, estas lâmpadas aparecem por toda a parte.

2013-02-19

Popp & Kretschmer


Parece-me pouco verosímil que os leitores deste blogue se transformem em clientes desta loja em frente da ópera de Viena, de que mostrei um mural inspirado pelo estilo do Klimt no post anterior.

Mas gostei deste vestido azul emplumado. A toilette continha partes que excediam os 3000 euros mas não sei a que correspondiam. Não sei bem que tipo de pessoas comprará os seus vestidos aqui, é um universo que me escapa




No detalhe a seguir reconhecem-se umas cornucópias,



e a depilação das axilas do manequim é perfeita.

Estaria talvez algo ensonado quando reparei que a estilista destes vestidos cor-de-rosa tinha um nome que fazia pensar no Islão, uma Zuhair Murad



Quando cheguei a casa fui verificar no Google e constatei que se trata de uma estilista libanesa que emigrou depois do liceu para Paris onde se licenciou em moda. Finalmente fiquei a saber que alguns dos vestidos desta estilista são usados nas galas em que aparecem as estrelas de cinema ou em casamentos como dos herdeiros do trono de Inglaterra.

A minha referência a estar ensonado quando me pareceu que o nome Murad era vagamente islâmico deriva do facto de terem existido vários sultões otomanos com o nome Murad, trata-se dum nome que deverá ser comum na Turquia e noutros sítios que fizeram parte do império otomano.

2013-02-15

Como o Klimt


Uma loja de vestidos em frente à Ópera de Viena tinha este mural decorativo, tributário da influência de Gustave Klimt.






Estou com gripe e febre há uma semana e bastante farto da situação.

2013-02-12

Nós


"Se as pessoas que vemos ali na rua, naquela situação a sofrer tanto aguentam, porque é que nós não aguentamos?"

A esperança média de vida dos sem-abrigo na Inglaterra é 47 anos e não será muito diferente em Portugal.


Isto quer dizer que o "aguentar" aqui não é simplesmente prescindir do supérfluo mas prescindir também duns 30 anos de vida.


O Pedro Magalhães tem um post muito bom sobre isto aqui.

2013-02-09

Montras de Viena


Os leitores deste blogue saberão que reparo frequentemente nas montras das cidades por onde ando. A exibição numa montra tem características diferentes das exibições possíveis, por exemplo, num grande armazém, permite um enquadramento muito mais focado, com um controlo muito mais rigoroso do contexto em que é colocada a peça que se pretende destacar.

Presumo que tudo isto faça parte do bê-á-bá dos designers de montras e de produtos de moda mas pode ser interessante por vezes andar a redescobrir rodas em vez de ler livros, que se podem tornar chatos, sobre um dado assunto.

As montras quando bem feitas dão uma grande alegria às ruas e são tristonhas as cidades sem lojas com montras bonitas.

Por exemplo numa curta estadia de 3 semanas em Macau, em que estava metido num escritório durante o horário de abertura da maior parte das lojas, senti a falta das montras durante a noite. Muito do comércio existente nas ruas de Macau nos anos 90 protegia as montras com chapas metálicas opacas, impossibilitando o chamado "window shopping"

Desta vez foi em Viena que vi umas montras interessantes e embora o vento forte e gelado tenha reduzido a duração do passeio, ainda deu para ver este curioso "vestido", em que uso as aspas por uma questão de prudência, pois embora o objecto pareça um vestido poder-se-á dar o caso de não pertencer a essa categoria de objectos.

Ao ver estes vestidos com grandes áreas destapadas lembro-me de ter lido que os desfiles em passerelles costumam ter versões mais ousadas do que as que são depois usadas por não-manequins, sendo colocados forros mais ou menos transparentes para tornar as peças"usáveis" em contextos sociais mais comuns.

Continuo a não frequentar os sítios onde estes vestidos são usados mas, com a aproximação do Carnaval, parece inevitável pensar num baile de máscaras, mesmo assim num ambiente bastante aquecido caso seja em Viena.

Admito que a escolha de um manequim de cor preta não tenha sido por acaso, um tom escuro dá maior realce aos tons dourados da peça do que daria uma cor clara.

Para concluir deixo uma ampliação de parte da peça mostrada:


 

2013-02-06

Ombros hostis

A propósito de paz na Europa, há uns domingos, na pastelaria Versailles, estavam estes ombros que me pareceram muito hostis: